A arquitetura faz a diferença na construção civil

A construção civil conta com mais de 12,5 milhões de postos de trabalho diretos, indiretos e informais e movimenta 6,2% do PIB Nacional. A arquitetura é responsável por grande parte da movimentação destes recursos. Mas, infelizmente, o trabalho do arquiteto ainda é pouco reconhecido e, muitas vezes, a atuação deste profissional é vista como supérflua.  Está na hora de mudar esta visão.

Para se ter ideia, uma pesquisa publicada pelo Conselho dos Arquitetos e Urbanistas do Brasil (CAU-BR), em  2015, revelou que apenas 7% da população do país recorreu a arquitetos e urbanistas, seja para obras de construção, reforma ou outros tipos de serviços. O percentual foi ainda menor quando analisada somente a última reforma ou construção realizada por essas pessoas. Neste aspecto, apenas 4% das quase 2,5 mil pessoas entrevistadas contrataram os profissionais. Logicamente estes números devem ter se atualizados, mas se há crescimento, ainda é incipiente.

Na maior parte dos casos, a questão financeira é apontada como um dos principais motivos para a não contratação dos serviços de arquitetura. Ocorre que, o arquiteto pode ser considerado o “grande maestro” daquele projeto que você pensa em realizar. É ele quem chega primeiro à obra. A contratação deste profissional pode representar um fator de economia na obra a ser realizada e, num segundo momento, a valorização comercial de seu empreendimento.

O arquiteto é o profissional responsável por planejar e organizar os espaços internos e externos promovendo a interação das pessoas com o lugar onde irão morar, trabalhar e ter seus momentos de lazer. Entre outras coisas, o objetivo desse profissional é tornar o projeto arquitetônico confortável e bonito sem agredir o meio ambiente. É ele quem pensa nos aspectos estéticos e funcionais de uma obra ou reforma.

Por nossas “mãos”, passam questões como a gestão e orientação técnica de determinada obra, o planejamento, estudos de viabilidade, monitoramento, padronização, execução, fiscalização e condução do empreendimento.

Frequentemente ouve-se expressões como “projetinho”.  Quando projetamos, idealizamos  qualidade de vida e funcionalidade, quesitos que não devem ser banalizados. Nosso trabalho envolve muito saber técnico, independentemente do tamanho da obra. O trabalho do arquiteto não é artigo de luxo. Talvez o nosso maior desafio esteja aí: mostrar que somos necessidade.

O ideal é que o arquiteto e o engenheiro trabalhem juntos para proporcionar uma construção funcional e adequada às necessidades do cliente. De todo modo, é preciso lembrar que o arquiteto está presente na obra desde a sua elaboração até a execução final. Cabe a ele, compatibilizar todos os projetos do empreendimento.

Somente por meio da autovalorização profissional, da ética, do fortalecimento dos organismos de classe e da união da categoria poderemos mudar o status atual. E é justamente essa valorização que continuaremos buscando de forma efetiva e sistêmica.  Muito já se conseguiu pelo esforço contínuo e muito conseguiremos.  Afinal,  arquitetos e urbanistas podem transformar vidas, trazendo qualidade, eficiência e principalmente economia para as obras.

André Nor é arquiteto e urbanista e preside o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso.

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